terça-feira, 27 de setembro de 2016

PNL (Programação Neurolinguística), uma arte da excelência humana


Desde a sua criação, a PNL tem-se confirmado como uma verdadeira arte da excelência humana, afirmando-se como incontestável modelo de comunicação, aprendizagem e de mudança comportamental.
Na década de 60, Richard Bandler, estudante de psicologia, e John Grinder, professor de linguística, deram início a estudos sobre PNL na Universidade de Santa Cruz – Califórnia (EUA), num momento em que o cérebro humano motivava diversas pesquisas apoiadas pela OMS (Organização Mundial de Saúde).
Entre os primeiros trabalhos que realizaram destaca-se a identificação de padrões fundamentais da linguagem e técnicas de três terapeutas de nomeada e bem sucedidos da época (Milton Erickson, um médico que praticava hipnoterapia, Virgínia Satir, terapeuta familiar e Fritz Perls, que desenvolveu a terapia de gestalt), procurando reconhecer os padrões, quer externos quer internos, que utilizavam e que tornavam o trabalho deles tão efetivo.
A “modelagem” realizada verificou-se a partir das práticas daquela e daqueles terapeutas ao nível da linguagem oral (verbal) e ao nível da linguagem corporal (não verbal), visando desenvolver técnicas que eles/elas replicassem, otimizando os resultados nas suas próprias abordagens terapêuticas.
Era claro que alguns padrões externos, como comportamentos e determinadas linguagens eram utilizadas por essas pessoas, ajudando-as a realizar as suas atividades com excelência e influenciar positivamente os seus resultados. Observou-se ainda que os padrões internos, como crenças e pressupostos, eram recursos preciosos também para o alcance do sucesso.
Todo o trabalho de “modelagem” foi sendo apropriado por outros/as pesquisadores/as e profissionais ampliando o seu espectro de aplicação para diversos contextos como os negócios, a arte, a saúde e a educação. Parece incontornável que os nossos comportamentos são alicerçados numa estrutura interna de pensamentos e emoções que impactam diretamente nas nossas ações e consequentemente nos resultados que conseguimos nas diversas esferas da nossa vivência.
Toda a ação humana se baseia, pois, numa razão, num motivo. Se procuramos despoletar uma mudança no comportamento (no modo como age) de um individuo, torna-se necessário compreender, em primeira instância, o motivo que o impele a agir de determinado modo em determinada circunstância, ou seja, identificar quais os seus modelos mentais. São os modelos mentais de cada indivíduo que definem como o/a mesmo/a irá compreender o que o/a rodeia, que sensações e sentimentos terá, como pensa e, por último, como irá atuar.
A maioria dos nossos modelos mentais é inconsciente, isto é, não sabemos que possuímos um determinado modelo mental e isso faz com que muitas vezes tenhamos determinado comportamento ou ação sem saber exatamente o motivo. À PNL é reconhecida a faculdade de nos permitir compreender melhor o nosso funcionamento interno, reconhecer os modelos mentais que possuímos, refletir sobre eles, questioná-los e, se necessário, dar-lhes novos significados. Tendo sido, aliás este aspeto que influenciou a designação “programação”, pois a PNL defende que a partir da nossa vivência pessoal, somos programados a ter determinadas crenças e modelos mentais com repercussão direta no nosso comportamento. Da mesma forma, que a partir de técnicas e ferramentas podemos “reprogramar” a nossa estrutura interna focalizando os resultados que queremos atingir.
A programação neurolinguística esclarece como as palavras (LINGUÍSTICA) podem afetar a mente (NEURO) e originar uma ação (PROGRAMAÇÃO). A PNL é baseada num conjunto de modelos, estratégias e crenças dos/as seus/suas praticantes visando uma comunicação positiva e eficiente consigo mesmo/a e com outros/as, com o objetivo de melhorar a convivência e conquistar a excelência pessoal e profissional.
Todos os padrões internos e externos que os pesquisadores identificaram nas pessoas que alcançam os resultados que desejam nas suas vidas foram transformados em modelos, ferramentas e técnicas que hoje são ensinados nos cursos de PNL.
A PNL permite reconhecer e compreender o modo de funcionamento da mente do ser humano e como esse entendimento se repercute na realidade vivida por cada indivíduo, por forma a ser capaz de colocá-la ao seu serviço, designadamente contribuindo para a concretização de objetivos e metas pessoais.
Se considerarmos a definição do conceito PNL associada ao estudo da estrutura da experiência subjetiva do ser humano, e à convicção de que existem fatores que facilitam e fatores que dificultam qualquer processo de mudança, compreendemos porque ela é considerada uma metodologia que evidencia o alcance dos patamares da excelência. A PNL pode, pois, constituir um precioso recurso para que a pessoa atinja os resultados que deseja alcançar nas diversas vertentes da sua vida, criando e replicando modelos a partir de atuações bem sucedidas na perspetiva da concretização de objetivos. Acresce ainda como fator interessante deste procedimento, o facto deste poder ser aplicado no nosso quotidiano e completamente acessível a todos/as, revelando-se eficaz na gestão dos pensamentos e das emoções, e por conseguinte, na melhoria das relação consigo próprio/a e com outros/as, melhorando desempenhos e performances profissionais e pessoais.
A PNL constitui, com efeito, uma metodologia bastante influente no domínio do autoconhecimento, da mudança pessoal e da melhoria das competências humanas, visando capitalizar o comportamento, a comunicação e os processos de aprendizagem. Normalmente é disponibilizada em vários formatos como a formação, treinos, coaching ou abordagens de caráter individual ou de grupo, permitindo, designadamente:
- Identificar o modo como estruturamos o nosso pensamento e ações;
- Produzir o autoconhecimento das nossas experiências internas e das consequências externas;
- Identificar modelos mentais e o seu impacto no nosso comportamento;
- Despoletar uma mudança no nosso pensamento, levando-nos a concentrar-nos mais na solução do que no problema;
- Identificar fatores facilitadores e fatores dificultadores para a mudança comportamental;
- Desenvolver recursos internos para alcançarmos os resultados que desejamos;
- Desenvolver aptidões e atitudes para alcançar a excelência nas mais diversas competências e
- Compreender o funcionamento da identidade emocional, gerando escolhas mais assertivas e produtivas.
Fontes consultadas

segunda-feira, 12 de setembro de 2016

O regresso ao trabalho depois das férias



Setembro é o mês que marca o fim do verão, a despedida das férias e a rentrée no trabalho e na escola.
Agora que as férias já terminaram ou estão a terminar, a ideia de regressar ao trabalho assume-se como uma realidade cada vez mais próxima.
Este regresso, por norma, é marcado por alguma nostalgia (principalmente se as férias foram agradáveis) e ansiedade. As férias são um período vivido com mais calma, sem a rigidez de horários e prazos e partilhado, normalmente, com a família e amigos/as. A nossa liberdade, tranquilidade e bem-estar, são sentidos com maior intensidade nesta altura. É também um momento de introspeção, de encontro connosco próprios/as.
As férias são, de facto, um período muito desejado durante o ano, no qual investimos algum do nosso tempo a planear, depois a tentar aproveitar ao máximo e, de repente, num fechar e abrir de olhos, já passou! Tão depressa! Como é possível?!
No regresso à rotina, por vezes, fica mesmo a sensação de que todos os seus efeitos terapêuticos desapareceram, prevalecendo a sensação de que ainda estamos mais cansados/as. Então, nada melhor do que entrar, desde logo, com o espírito certo, alinhado/a com pensamentos positivos.
Fazer a transição do período de férias para o regresso ao trabalho, pode não ser um processo fácil, no entanto, existem algumas “dicas” que podemos seguir para atenuar esta situação:
  1. Evitar regressar de férias no dia anterior a retomar o trabalho, por forma a se ter tempo para a adaptação aos horários e às rotinas;
  2. Planear o primeiro dia de trabalho, de modo a realizar algo importante. Será mais fácil se no primeiro dia nos sentirmos úteis e felizes;
  3. Para ser mais simples, definir um plano de tarefas prioritárias e executá-lo;
  4. No primeiro dia canalizar as energias para o que de bom e positivo o trabalho proporciona;
  5. Procurar incluir na agenda semanal alguma coisa que potencie emoções positivas. Por exemplo: ir ao ginásio, ler um livro, fazer caminhadas, tomar um café com amigos, etc;
  6. Se possível, programar uma “escapadela” de fim-de-semana, para algumas semanas depois do regresso ao trabalho;
  7. Contribuir para um ambiente de trabalho saudável e harmonioso.

Este pode ser (e porque não?) o momento para se fazer uma lista de resoluções. Para quê aguardar pelo final do ano? Estamos supostamente mais relaxados/as, mais tranquilos/as e mais focados/as no que realmente nos faz sentir bem.
Feliz regresso ao trabalho!

Fontes:

quinta-feira, 4 de agosto de 2016

Afinal o que é a linguagem inclusiva?


Em abril deste ano falou-se em linguagem sexista devido à iniciativa do Bloco de Esquerda, que pretendia que a designação do Cartão de Cidadão passasse a ser Cartão de Cidadania. De acordo com o Bloco de Esquerda, esta iniciativa, que de imediato inspirou a controvérsia, não visava nenhuma alteração à língua portuguesa, mas, sim, “uma prática linguística não discriminatória e democrática, adotando recursos linguísticos já existentes para assegurar a visibilidade e a simetria das representações dos dois sexos” (Esquerda.Net).
A iniciativa acabou por ser chumbada pelo PCP, por ser considerada uma questão não prioritária.
Na verdade, muito se falou e escreveu a respeito, mas talvez o tema tenha sido polemizado e ridicularizado, sobretudo nas redes sociais, não permitindo a criação de um espaço para a prestação de esclarecimentos e para o debate. Importa saber, então, afinal o que é a linguagem inclusiva?
O estudo da linguagem pode facilitar a compreensão da estratificação social – das semelhanças, diferenças e relações entre desigualdades com base no sexo, na classe social, na idade, na etnia, especialmente relativamente à forma como estas desigualdades são expressas, mantidas e desafiadas através dos padrões quotidianos de conversação, de gestos, de toque, de movimento e de utilização do espaço (Kramer, Thorne & Henley, 1978).
A maioria dos/as investigadores/as que se dedica ao aprofundamento deste tema concorda que a linguagem sexista tem um impacto negativo, contudo, os argumentos diferem na tentativa de explicá-lo. Assim, por um lado, continua a autora, há quem defenda que a linguagem sexista é um sintoma da opressão feminina e pode, portanto, ser alterada e, por outro lado, há quem acredite que na base da opressão feminina se encontra a linguagem que trivializa, insulta e exclui as mulheres, sendo por seu intermédio que as mulheres conhecem o seu lugar no mundo (Cameron, 1985).
Existe atualmente literatura diversa que documenta a forma como a linguagem define, desvaloriza e ignora as mulheres: as mulheres são normalmente referidas no que concerne o seu relacionamento relativamente a um homem (e.g. “menina” ou “a mulher do Rafael”) e os homens, por sua vez, apresentam um estatuto mais diversificado e dotado de autonomia; a linguagem tende a elevar os homens e a desvalorizar as mulheres, o que se consubstancia, por exemplo, nos significados diferentes atribuídos a termos semelhantes, como é o caso, por exemplo, de “solteirão” e “solteirona”, em que o termo para designar a mulher, “solteirona”, assume um significado claramente mais negativo quando comparado ao atribuído ao homem.
A linguagem sexista ou não inclusiva diz respeito à utilização de termos que excluem ou discriminam as mulheres, o que engloba questões como o pressuposto de que o masculino constitui a norma e o feminino a exceção, a formulação de designações de funções profissionais no masculino (em inglês, isto acontece com frequência através da incorporação do sufixo “man” a uma palavra – por exemplo, “chairman”, que significa “presidente” ou “businessman”, que significa “empresário”) (Doyle, 1998).
O uso exclusivo do masculino para significar homens e mulheres é comum num grande número de línguas, designadamente em Português. De acordo com Graça Abranches (2009), o género feminino é abrangido pelo masculino, o que se torna evidente no recurso ao conceito de “Homem” ou de “homens” para significar “humanidade”. A consulta do Dicionário Online da Porto Editora, Infopédia (2016), permite perceber que, embora a “homem” e “mulher” sejam atribuídos o significado de “ser humano”, apenas “homem” é sinónimo de “espécie humana”: é evidente, pois, a assimetria, o masculino como geral, remetendo para toda a humanidade, e o feminino como específico, designando as mulheres. O homem torna-se, então, “a medida do humano, a norma ou o ponto de referência” (p. 12). A utilização do masculino como genérico remete as mulheres para a invisibilidade (Kramer, Thorne & Henley, 1978; Toledo, Rocha, Dermmam, Damin & Pacheco, 2014).
A linguagem inclusiva ou não discriminatória é, então, aquela que não exclui homens nem mulheres e envolve a reformulação de termos e expressões para que sejam efetivamente dotados de neutralidade. Isto implica, por exemplo, a substituição de palavras - o termo “humanidade” substitui “Homem” (Cameron, 1985), a especificação do sexo através da utilização de formas duplas ou do emprego de barras ou a neutralização ou abstração da referência sexual através da substituição por genéricos verdadeiros ou por pronomes invariáveis (Abranches, 2009).
Graça Abranches (2009) defende o recurso a “formas não discriminatórias que respeitem o direito de homens e mulheres à representação linguística da sua identidade e impliquem o reconhecimento de que nenhum dos dois sexos tem o exclusivo de representação geral da humanidade” (p. 14).
Ciente da importância desta questão, a Multiaveiro integrou, desde 2009, em toda a sua comunicação interna e externa, a linguagem inclusiva e não discriminatória, desenvolvendo, atualmente, todos os recursos didáticos com base em linguagem inclusiva e em imagens não estereotipadas e divulgando, sempre que possível, informação acerca da temática, porque acreditamos na representação linguística da identidade e devemos ser, como diria Gandhi, a mudança que queremos ver no mundo.


Fontes consultadas:
Abranches, G. (2009). Guia para uma Linguagem Promotora da Igualdade entre Mulheres e Homens na Administração Pública. Lisboa: Comissão para a Cidadania e Igualdade de Género.
Cameron, D. (2006). On language and sexual politics. New York:  Routeledge.
Doyle, M. (1998).Introduction to the A-Z of non-sexist language. In Deborah Cameron, The feminist critique of language. London: Routeledge.
Esquerda.Net, Sim ao Cartão de Cidadania (Ana Cansado). Disponível em http://www.esquerda.net/opiniao/sim-ao-cartao-de-cidadania/42754, consultado em 29/07/2016.
Infopedia, Dicionário da Língua Portuguesa Online (2016). Porto: Porto Editora. Disponível em http://www.infopedia.pt/dicionarios/lingua-portuguesa/homem. Consultado a 29/07/2016.
Infopedia, Dicionário da Língua Portuguesa Online (2016). Porto: Porto Editora. Disponível em http://www.infopedia.pt/dicionarios/lingua-portuguesa/mulher. Consultado a 29/07/2016.
Kramer, C., Thorne, B. & Henley.N. (1978).Perspectives on language and communication. Signs, V. 3, N. 3, pp. 638-651.

Toledo, L. C., Rocha, M. A. K., Dermmam, M. R., Damin, R. A. & Pacheco, M. (2014).Manual para o uso não sexista da linguagem. Rio Grande do Sul: Secretaria de Comunicação e inclusão digital.

Afinal o que é a linguagem inclusiva?


Em abril deste ano falou-se em linguagem sexista devido à iniciativa do Bloco de Esquerda, que pretendia que a designação do Cartão de Cidadão passasse a ser Cartão de Cidadania. De acordo com o Bloco de Esquerda, esta iniciativa, que de imediato inspirou a controvérsia, não visava nenhuma alteração à língua portuguesa, mas, sim, “uma prática linguística não discriminatória e democrática, adotando recursos linguísticos já existentes para assegurar a visibilidade e a simetria das representações dos dois sexos” (Esquerda.Net).
A iniciativa acabou por ser chumbada pelo PCP, por ser considerada uma questão não prioritária.
Na verdade, muito se falou e escreveu a respeito, mas talvez o tema tenha sido polemizado e ridicularizado, sobretudo nas redes sociais, não permitindo a criação de um espaço para a prestação de esclarecimentos e para o debate. Importa saber, então, afinal o que é a linguagem inclusiva?
O estudo da linguagem pode facilitar a compreensão da estratificação social – das semelhanças, diferenças e relações entre desigualdades com base no sexo, na classe social, na idade, na etnia, especialmente relativamente à forma como estas desigualdades são expressas, mantidas e desafiadas através dos padrões quotidianos de conversação, de gestos, de toque, de movimento e de utilização do espaço (Kramer, Thorne & Henley, 1978).
A maioria dos/as investigadores/as que se dedica ao aprofundamento deste tema concorda que a linguagem sexista tem um impacto negativo, contudo, os argumentos diferem na tentativa de explicá-lo. Assim, por um lado, continua a autora, há quem defenda que a linguagem sexista é um sintoma da opressão feminina e pode, portanto, ser alterada e, por outro lado, há quem acredite que na base da opressão feminina se encontra a linguagem que trivializa, insulta e exclui as mulheres, sendo por seu intermédio que as mulheres conhecem o seu lugar no mundo (Cameron, 1985).
Existe atualmente literatura diversa que documenta a forma como a linguagem define, desvaloriza e ignora as mulheres: as mulheres são normalmente referidas no que concerne o seu relacionamento relativamente a um homem (e.g. “menina” ou “a mulher do Rafael”) e os homens, por sua vez, apresentam um estatuto mais diversificado e dotado de autonomia; a linguagem tende a elevar os homens e a desvalorizar as mulheres, o que se consubstancia, por exemplo, nos significados diferentes atribuídos a termos semelhantes, como é o caso, por exemplo, de “solteirão” e “solteirona”, em que o termo para designar a mulher, “solteirona”, assume um significado claramente mais negativo quando comparado ao atribuído ao homem.
A linguagem sexista ou não inclusiva diz respeito à utilização de termos que excluem ou discriminam as mulheres, o que engloba questões como o pressuposto de que o masculino constitui a norma e o feminino a exceção, a formulação de designações de funções profissionais no masculino (em inglês, isto acontece com frequência através da incorporação do sufixo “man” a uma palavra – por exemplo, “chairman”, que significa “presidente” ou “businessman”, que significa “empresário”) (Doyle, 1998).
O uso exclusivo do masculino para significar homens e mulheres é comum num grande número de línguas, designadamente em Português. De acordo com Graça Abranches (2009), o género feminino é abrangido pelo masculino, o que se torna evidente no recurso ao conceito de “Homem” ou de “homens” para significar “humanidade”. A consulta do Dicionário Online da Porto Editora, Infopédia (2016), permite perceber que, embora a “homem” e “mulher” sejam atribuídos o significado de “ser humano”, apenas “homem” é sinónimo de “espécie humana”: é evidente, pois, a assimetria, o masculino como geral, remetendo para toda a humanidade, e o feminino como específico, designando as mulheres. O homem torna-se, então, “a medida do humano, a norma ou o ponto de referência” (p. 12). A utilização do masculino como genérico remete as mulheres para a invisibilidade (Kramer, Thorne & Henley, 1978; Toledo, Rocha, Dermmam, Damin & Pacheco, 2014).
A linguagem inclusiva ou não discriminatória é, então, aquela que não exclui homens nem mulheres e envolve a reformulação de termos e expressões para que sejam efetivamente dotados de neutralidade. Isto implica, por exemplo, a substituição de palavras - o termo “humanidade” substitui “Homem” (Cameron, 1985), a especificação do sexo através da utilização de formas duplas ou do emprego de barras ou a neutralização ou abstração da referência sexual através da substituição por genéricos verdadeiros ou por pronomes invariáveis (Abranches, 2009).
Graça Abranches (2009) defende o recurso a “formas não discriminatórias que respeitem o direito de homens e mulheres à representação linguística da sua identidade e impliquem o reconhecimento de que nenhum dos dois sexos tem o exclusivo de representação geral da humanidade” (p. 14).
Ciente da importância desta questão, a Multiaveiro integrou, desde 2009, em toda a sua comunicação interna e externa, a linguagem inclusiva e não discriminatória, desenvolvendo, atualmente, todos os recursos didáticos com base em linguagem inclusiva e em imagens não estereotipadas e divulgando, sempre que possível, informação acerca da temática, porque acreditamos na representação linguística da identidade e devemos ser, como diria Gandhi, a mudança que queremos ver no mundo.


Fontes consultadas:
Abranches, G. (2009). Guia para uma Linguagem Promotora da Igualdade entre Mulheres e Homens na Administração Pública. Lisboa: Comissão para a Cidadania e Igualdade de Género.
Cameron, D. (2006). On language and sexual politics. New York:  Routeledge.
Doyle, M. (1998).Introduction to the A-Z of non-sexist language. In Deborah Cameron, The feminist critique of language. London: Routeledge.
Esquerda.Net, Sim ao Cartão de Cidadania (Ana Cansado). Disponível em http://www.esquerda.net/opiniao/sim-ao-cartao-de-cidadania/42754, consultado em 29/07/2016.
Infopedia, Dicionário da Língua Portuguesa Online (2016). Porto: Porto Editora. Disponível em http://www.infopedia.pt/dicionarios/lingua-portuguesa/homem. Consultado a 29/07/2016.
Infopedia, Dicionário da Língua Portuguesa Online (2016). Porto: Porto Editora. Disponível em http://www.infopedia.pt/dicionarios/lingua-portuguesa/mulher. Consultado a 29/07/2016.
Kramer, C., Thorne, B. & Henley.N. (1978).Perspectives on language and communication. Signs, V. 3, N. 3, pp. 638-651.

Toledo, L. C., Rocha, M. A. K., Dermmam, M. R., Damin, R. A. & Pacheco, M. (2014).Manual para o uso não sexista da linguagem. Rio Grande do Sul: Secretaria de Comunicação e inclusão digital.

terça-feira, 26 de julho de 2016


Loucura das loucuras! 

Milhões e milhões de jogadores de Pokémon Go, um novo jogo virtual que incita as pessoas a saírem de casa e andar muito para jogar.
Em pouquíssimos dias, esta “febre” tornou-se viral e os Pokémons andam por ai, apenas visíveis nos ecrãs dos telemóveis e tablets graças a uma tecnologia chamada realidade aumentada.
Em Portugal começou a jogar-se sem o jogo ser oficialmente lançado. Os jogadores descarregaram o jogo e começaram a jogar de forma não oficial, fizeram-no recorrendo a aplicações estrangeiras, simulando que estão noutro país.
Confusão instalada, assaltos, crimes…
O Pokémon Go não tem limites, leva os/as treinadores/as (jogadores) a perderem a noção do perigo e a viverem intensamente a aventura de forma desatenta ao mundo real que os/as rodeia: frequentam locais/espaços isolados e sem vigilância, o que proporciona a ocorrência de assaltos, violações e acidentes.
Cada vez mais as autoridades temem o uso do Pokémon Go. A questão de segurança tem sido motivo de preocupação, a PSP já publicou um manual de como apanhar Pokémons em segurança
Como Funciona?
O Pokémon Go usa a localização por GPS do smartphone/tablet e o relógio para detetar onde se encontra o/a utilizador/a e a que horas, fazendo aparecer o Pokémon no ecrã, ao qual tem de se atirar uma Poké-bola para que seja capturado. O mesmo local, de manhã, pode identificar um Pokémon, enquanto à tarde e à noite pode mostrar outro para ser capturado.
Para se subir de nível, é necessário capturar o máximo de criaturas e ganhar mais poderes, individualmente ou numa das três equipas: Mystic, Instinct ou Valor.
Os Pokémons, atualmente, contabilizam mais de 720 personagens, mas neste jogo apenas estão disponíveis os 151 Pokémons originais de Charizard a Rattata. O objetivo do jogo é apanha-los a todos.
Lançamento do Pokémon Go
O jogo foi lançado em Portugal a 15 de julho de 2016, e no sábado seguinte, 26 países já tinham acesso ao jogo. O Pókemon foi lançado gratuitamente para os dispositivos da Apple (iOS8) e Android (versões superiores à 4.4).
Em Lisboa já há serviços de táxis para apanhar Pokémons a 30 euros por hora em qualquer zona da cidade, podendo levar amigos/as para dividir a tarifa.
A realidade Pokémon Go é um assombro, traduzindo-se num verdadeiro fenómeno social.
O jogo Pokémon Go surgiu de uma mentira a 1 de abril de 2014 no Google Maps – “Pokemon Challange”
Após uma semana do seu lançamento, nos Estados Unidos, o número de utilizadores/as ultrapassou os/as da rede social Twitter, do Tinder.
As ações da Nintendo na bolsa subiram mais de 20% com o sucesso alcançado pelo Pokémon Go.
Oportunidades de Negócio
Há oportunidades comerciais interessantes neste jogo no Pokémon Go, as empresas, os restaurantes, os museus, as igrejas, ou outro tipo de locais públicos se tornam Pokestops. Os/as proprietários dos estabelecimentos comerciais pagam para ter Pokémons no local. O dono de um restaurante pagou 10$ (8€) para ter Pokémons e viu o negócio aumentar 75%. As localizações patrocinadas serão uma nova entrada de receitas.
O Pokémon Go assume-se como um fenómeno social e como tal tem subjacente à sua utilização diversos perigos.
Pokémon Go aliado ao exercício físico
O novo jogo pretende fazer andar os/as jogadores/as e não tê-los/as sob pressão agarrados ao sofá, promovendo a socialização, a prática de exercício físico e a visita a locais históricos, culturais, religiosos e temáticos. Trata-se de um jogo de realidade aumentada, na qual a nova geração é perita, mas … os/as mais seniores têm dificuldade em perceber e começar a jogar e a satisfação de apanhar um Pokémon


quinta-feira, 14 de julho de 2016

Turismo e o Portugal 2020






As estratégias de desenvolvimento local e nacional apresentam o Turismo como um fator essencial ao crescimento e desenvolvimento competitivo do país, estipulando como objetivo a transformação de Portugal no destino turístico mais ágil e dinâmico da Europa. Tratando-se de uma área em pleno “boom” de crescimento, atualmente verificamos que o Turismo apresenta uma concorrência à escala mundial, sendo esta feroz e com crescimento exponencial. O sucesso das organizações que atuam no setor de Turismo depende da sua inovação, criatividade, diferenciação, capacidade de criação de valor, qualificação e capacidade de resposta perante as exigências e necessidades dos seus clientes, provenientes dos quatro cantos do mundo.

O Turismo 2020 (Plano de Ação para o Desenvolvimento do Turismo em Portugal) estabelece os seguintes princípios à sua estratégia de qualificação e competitividade de Portugal:
  1. Destino sustentável e de qualidade, com crescimento turístico compatível com a produção de benefícios para o território e as comunidades;
  2. Destino de empresas competitivas, onde um ambiente saudável para a iniciativa privada promove a concorrência e inovação na atividade turística;
  3. Destino empreendedor, detentor de todas as competências e conhecimento que lhe permita ser o país campeão do empreendedorismo turístico;
  4. Destino ligado ao Mundo, onde a conectividade e a mobilidade dos turistas são ferramentas importantes na ativação da procura;
  5. Destino gerido de forma eficaz, onde a definição clara das competências de cada agente não deve ser um entrave à iniciativa privada, à exploração de sinergias e intensificação da transversalidade do turismo;
  6. Destino que marca, cujas estratégias de promoção e comercialização devem resultar de visões técnicas e não políticas no sentido de almejar a eficiência.

As tendências internacionais no setor do Turismo são de cariz demográfico e sociocultural, económico, ambiental. tecnológico e de mobilidade/transporte. As soluções de turismo devem, assim, acompanhar estas tendências com o intuito de garantir o seu sucesso e competitividade. Em conformidade com os dados do Turismo de Portugal, o país encontra-se integrado na maior Região Turística do Mundo: a Europa, detentora de mais de 50% do turismo internacional. Devido às suas condições específicas (competitividade das viagens e turismo, quadro regulamentar, ambiente empresarial e infraestruturas e recursos: humanos, culturais e naturais), Portugal encontra-se em 3º lugar face aos seus principais concorrentes, sendo estes, Espanha e França.

Nesta continuidade, o Turismo 2020 apresenta como visão: Portugal – país detentor do maior crescimento turístico na Europa, suportado na competitividade e sustentabilidade da oferta turística diversificada, autêntica e inovadora, transformando o Turismo numa atividade central para o desenvolvimento económico do país e para a sua coesão territorial. Esta visão reconhece que Portugal detém recursos altamente diversificados, competitivos e autênticos, nomeadamente:
  • Hospitalidade – As pessoas – País acolhedor;
  • História e Cultura – Património cultural – País com História, cultura e modernidade;
  • Serviços Turísticos – As empresas – País com serviços de excelência;
  • Mar e Natureza – Património natural – País de Mar, Sol, Praia e Natureza;
  • Conhecimento – Instituições de ensino e I&D – País com excelência de serviço e na vanguarda do conhecimento do turismo.

Para atingir esta visão, o Turismo de Portugal apresenta como objetivos estratégicos:
  • Atrair – através da qualificação e valorização do território e dos seus recursos turísticos distintivos;
  • Competir – reforçar a competitividade e a internacionalização das empresas de turismo;
  • Capacitar – através da capacitação, formação e I&D+I em Turismo;
  • Comunicar – através da promoção e comercialização da oferta turística do país e das regiões;
  • Cooperar – através do reforço da cooperação internacional

Por sua vez, estes objetivos estratégicos podem ser atingidos através das linhas de apoio e sistemas de incentivo disponibilizadas pelo programa aos vários intervenientes do Turismo – entidades públicas ou privadas, com ou sem fins lucrativos.

De salientar que os Sistemas de Incentivo e Linhas de Apoio destinados às empresas de Turismo exigem um conjunto de regras essenciais ao desenvolvimento de um Projeto de Investimento passível de financiamento:
  1. Analisar previamente as necessidades e carências dos mercados onde se pretende desenvolver o Projeto, por forma a garantir que este consegue colmatar falhas, sem saturar o mercado existente – diversificar e inovar;
  2. Desenvolver um projeto sustentável, coeso, viável e diferenciador, em termos económicos, financeiros e ambientais, sustentado por um Projeto de Arquitetura aprovado pela entidade camarária, bem como, por Estudos de Viabilidade, Planos de Negócios, Análises Estratégicas e Planos de Marketing da atividade a desenvolver;
  3. Por último, os/as Promotores/as devem reconhecer a importância de recorrer a recursos humanos qualificados e experientes, quer para a fase de elaboração da candidatura, como para a fase de implementação e execução do projeto e da atividade em si, promovendo a criação de emprego qualificado e apto para o desenvolvimento de uma atividade lucrativa, competitiva e de sucesso.

Até ao momento, 40% dos Projetos de Investimento Elaborados pela Multiaveiro no âmbito do Portugal 2020 enquadram-se na área do Turismo. A Multiaveiro, Lda. apresenta soluções à medida das necessidades dos seus clientes, nomeadamente na elaboração de Estudos de Viabilidade, Planos de Negócios, Análises Estratégicas e Planos de Marketing, com consultores/as de diversas áreas profissionais, de entre as quais Economia, Gestão, Contabilidade, Sociologia e Psicologia, que prestam um serviço de qualidade, rigor e transparência.