Aproxima-se mais um período de eleições e no atual quadro
económico-político-social parece inevitável afirmar-se para além de alguma
esperança renovada, também um certo desconforto no que se refere ao crédito
político e dos /as políticos/as. O que ao longo dos últimos anos, e nos
exercícios eleitorais anteriores, se vem manifestando nos índices de abstenção
elevados. É frequente as pessoas pensarem que de nada adianta votar, pois o
resultado resumir-se-á sempre em prejuízo do povo. Mas o ato eleitoral é uma das manifestações
mais evidentes do exercício da cidadania e o voto é exatamente uma das forma
que os cidadãos e as cidadãs têm, em democracia, de se manifestar, de exprimir
legalmente a sua opinião. Delegar noutras pessoas o que é um direito e um dever
pessoal resulta, efetivamente, em ausência de mudança e parestesia social.
Se pensamos que temos direito de livremente criticar as decisões
políticas, então devemos ter a obrigação de contribuir para essas decisões. O
voto é uma forma de exigir a que quem nos governa mais justiça e isenção, não
olhando apenas aos grandes interesses instituídos, sobretudo interesses
financeiros, mas dando mais atenção à vontade expressa dos cidadãos e cidadãs.
Note-se que em Portugal só se começou a votar livremente e com sufrágio
universal um ano após o 25 de abril de 1974, e só com a constituição de 1976 as
mulheres adquiririam o mesmo direito ao voto que os homens. Votar - um direito
a muito custo alcançado, e hoje pouco valorizado.
O voto não é obrigatório, é um exercício de participação e de
cidadania, é um direito que adquirimos e que se deve tornar um dever cívico
para todos/as nós. Votar legitima a opinião que podemos ter sobre o rumo e as
mudanças que queremos ver acontecer. E porque o voto é uma forma de ser
mudança, seja qual for a sua opção, VOTE, PARTICIPE!
Sendo a formação para a cidadania uma opção no desenvolvimento de
competências de identificação, reflexão e avaliação sobre os valores pessoais e
dos contextos sociais em que nos movemos, a experiência de trabalho nesta
vertente tem-nos demonstrado que nas próprias empresas é crescente a
valorização de competências de cidadania responsável e participativa, tidas
como transversais e com reflexo nas diferentes esferas da vivência dos/as
ativos/as.
São pois cada vez mais as empresas que desejam desenvolver nos seus
colaboradores e colaboradoras, competências pessoais e sociais, convictas de
que a apropriação dessas competências melhora qualitativamente o (des)empenho
profissional, na medida em que contribuem para o seu equilíbrio pessoal, social
e familiar.
Reconhecer que estes valores influenciam a forma de
pensar e agir, aumenta a responsabilidade cívica da pessoa, desenvolvendo uma
perspetiva positiva sobre si e outros/as
e sobre as suas necessidades e participando ativamente na sociedade como
cidadão/ã e trabalhador/a. Entre as
áreas temáticas desenvolvidas com mais frequência, com o objetivo da promoção
da cidadania, destacam-se: estilos de vida e bem-estar (saúde, nutrição,
atividade física, adições, meio ambiente); voluntariado e associativismo;
prevenção rodoviária; comportamento cívico e finanças pessoais.
Fontes consultadas:
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