sexta-feira, 15 de janeiro de 2016

Uma questão de Cidadania

Aproxima-se mais um período de eleições e no atual quadro económico-político-social parece inevitável afirmar-se para além de alguma esperança renovada, também um certo desconforto no que se refere ao crédito político e dos /as políticos/as. O que ao longo dos últimos anos, e nos exercícios eleitorais anteriores, se vem manifestando nos índices de abstenção elevados. É frequente as pessoas pensarem que de nada adianta votar, pois o resultado resumir-se-á sempre em prejuízo do povo.  Mas o ato eleitoral é uma das manifestações mais evidentes do exercício da cidadania e o voto é exatamente uma das forma que os cidadãos e as cidadãs têm, em democracia, de se manifestar, de exprimir legalmente a sua opinião. Delegar noutras pessoas o que é um direito e um dever pessoal resulta, efetivamente, em ausência de mudança e parestesia social.
Se pensamos que temos direito de livremente criticar as decisões políticas, então devemos ter a obrigação de contribuir para essas decisões. O voto é uma forma de exigir a que quem nos governa mais justiça e isenção, não olhando apenas aos grandes interesses instituídos, sobretudo interesses financeiros, mas dando mais atenção à vontade expressa dos cidadãos e cidadãs.
Note-se que em Portugal só se começou a votar livremente e com sufrágio universal um ano após o 25 de abril de 1974, e só com a constituição de 1976 as mulheres adquiririam o mesmo direito ao voto que os homens. Votar - um direito a muito custo alcançado, e hoje pouco valorizado.
O voto não é obrigatório, é um exercício de participação e de cidadania, é um direito que adquirimos e que se deve tornar um dever cívico para todos/as nós. Votar legitima a opinião que podemos ter sobre o rumo e as mudanças que queremos ver acontecer. E porque o voto é uma forma de ser mudança, seja qual for a sua opção, VOTE, PARTICIPE!
Sendo a formação para a cidadania uma opção no desenvolvimento de competências de identificação, reflexão e avaliação sobre os valores pessoais e dos contextos sociais em que nos movemos, a experiência de trabalho nesta vertente tem-nos demonstrado que nas próprias empresas é crescente a valorização de competências de cidadania responsável e participativa, tidas como transversais e com reflexo nas diferentes esferas da vivência dos/as ativos/as. 
São pois cada vez mais as empresas que desejam desenvolver nos seus colaboradores e colaboradoras, competências pessoais e sociais, convictas de que a apropriação dessas competências melhora qualitativamente o (des)empenho profissional, na medida em que contribuem para o seu equilíbrio pessoal, social e familiar.
Reconhecer que estes valores influenciam a forma de pensar e agir, aumenta a responsabilidade cívica da pessoa, desenvolvendo uma perspetiva positiva sobre si e outros/as  e sobre as suas necessidades e participando ativamente na sociedade como cidadão/ã  e trabalhador/a. Entre as áreas temáticas desenvolvidas com mais frequência, com o objetivo da promoção da cidadania, destacam-se: estilos de vida e bem-estar (saúde, nutrição, atividade física, adições, meio ambiente); voluntariado e associativismo; prevenção rodoviária; comportamento cívico e finanças pessoais.


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