segunda-feira, 28 de março de 2016

Tempo de Páscoa é tempo de paz e renovação…


Tempo de Páscoa é tempo de paz e renovação…
A Páscoa é uma festa tradicionalmente cristã e judaica. Tal como outras celebrações religiosas, a Páscoa teve origem, no entanto, em rituais pagãos.
Há milhares de anos atrás, séculos antes do nascimento de Jesus Cristo, uma festa de passagem era comemorada durante o mês de março entre alguns povos da europa. Festejava-se a transição de um tempo difícil, o inverno, para o renascer de uma nova fase, a primavera.
O povo judaico também festejava a Páscoa antes do nascimento de Jesus. A Páscoa judaica comemora a conquista da liberdade dos hebreus, depois de anos de escravidão no Egito. Essa libertação coincidiu com a Primavera, que ocorria no mês hebraico que corresponde sensivelmente aos últimos dias de março até meados de abril.
Para o cristianismo a Páscoa tem um significado diferente. Celebra-se a ressurreição de Jesus Cristo que ocorre três dias depois da sua crucificação. É a mais antiga e importante festa cristã.
Independentemente da diversidade dos motivos, das celebrações e dos símbolos, a mensagem da Páscoa é universal e apela à paz, à reflexão e à renovação, conceitos e exercícios que tanto sentido fazem na época em que vivemos.
Num momento histórico marcado por conflitos a nível mundial, pelos ataques terroristas, pelo ressurgimento de movimentos racistas e xenófobos, pela intolerância perante as pessoas migrantes e pelos/as refugiados/as, pela crise económica que afeta muitos países, entre muitos outros fenómenos, é fácil desenvolverem-se sentimentos e assumirem-se posturas nem sempre muito adequadas perante os/as outros/as e o mundo. E é sempre mais simples atribuir aos/às outros/as as causas dos problemas, seja esse/a outro/a, o/a colega, o/a chefe, os/as políticos/as, o país ou o mundo.      
E voltamos aqui há importância do desenvolvimento das competências pessoais e sociais.
A percepção e gestão dos próprios sentimentos, o controlo das emoções, a capacidade de auto-compreensão e de auto-análise são fundamentais para, num primeiro momento, nos sentirmos bem connosco mesmos/as, e, numa segunda fase, para nos posicionarmos de uma forma correta no mundo e na sociedade, para que possamos observar e analisar o/a outro/a de um modo mais isento.
Uma gestão emocionalmente inteligente dos relacionamentos interpessoais, a capacidade de fazer e receber críticas construtivas, de gerir eficazmente conflitos e negociar soluções, o espírito de equipa e de colaboração, a capacidade de entender reacções, de criar empatias e de se relacionar com o/a outro são competências que assumem hoje um papel decisivo em todos os contextos da nossa vida.
Tempo de Páscoa é tempo de paz e renovação…renovação para uma vida nova, para a adoção de novos comportamentos, novas atitudes e de uma nova postura perante os/as outros/as e o mundo.
É importante fazer uma pausa e reflectir… E este, se quisermos, pode ser o momento… 


sexta-feira, 18 de março de 2016

Coworking


Arrendar uma secretária, partilhar um espaço e outros recursos para trabalhar,  poupar nos custos e contar com uma rede de contactos! 

O coworking surgiu há aproximadamente uma década em São Francisco, quando Brad Neuberg, um jovem programador norteamericano, arrendou um espaço num edifício denominado "Hat Factory" aberto à comunidade, onde reuniu vários/as colegas que, trabalhando sózinhos/as, desejavam partilhar ideias e terminar com os problemas de isolamento e solidão, considerados desmoralizadores e pouco produtivos.
O coworking é uma modalidade que veio, em primeira instância, satisfazer as necessidades de muitos/as profissionais liberais de um espaço de trabalho flexível, longe das suas casas e com custos reduzidos. Uma solução simples e económica que já começa a afirmar-se em Portugal com alguma expressividade, à semelhança do que acontece noutros países por todo o mundo.
Trabalhar num espaço partilhado pode transformá-lo/a num/a coworker, sem dúvida. Muitos/as profissionais independentes, pequenas empresas start-up ou com estruturas simples que necessitam de espaços flexíveis e confortáveis para realizar o seu trabalho, experimentam a partilha de um espaço mas não só, também a partilha de ideias, de capacidades e de experiências, com uma vertente colaborativa e de intercâmbio muito acentuada.
Qualquer profissional pode tornar-se num/a coworker, sendo muito alargado o conjunto de profissionais que pode beneficiar deste modelo funcional de trabalho: informáticos/as, designers, profissionais de comunicação, de publicidade, de recursos humanos, consultores/as, advogados/as e engenheiros/as, psicólogos/as, explicadores/as, agentes imobiliários/as, entre outros.
Se há alguns anos atrás o coworking nasceu como espaço de partilha com o objetivo de controlar ou mesmo evitar os custos fixos inerentes à manutenção de um escritório, hoje representa também novas relações e afinidades entre os/as diferentes profissionais num espaço dinâmico, criativo, inovador e aberto a novos negócios. As sinergias criadas e consolidadas pela convivência de diversos/as profissionais de diferentes áreas de negócio e de atividade, que trabalham no mesmo espaço num projeto comum ou individual, potenciam rotinas cada vez mais colaborativas e a existência de uma rede de contactos ativados pela oportunidade de negócios e de promoção de produtos e serviços entre empreendedores/as e entre estes/as e o conjunto de stakeholders.
Entre as principais vantagens deste modelo de organização do trabalho destacam-se:
- benefícios financeiros (redução de custos)
- espaço flexível e funcional
- diminuição do isolamento do/a profissional
- usufruto de todos os serviços necessários ao funcionamento de uma empresa
- rede de relações e de contactos potenciadores de negócios e das  atividades (networking)
- menor expressão da predominância de cargos ou hierarquias determinam um novo tipo de ambiente corporativo
- simplificação do protocolo corporativo
- estímulo à capacidade de comunicação de pessoas menos comunicativas/mais retraídas
- aprendizagem contínua favorecida pela troca de experiências
- possibilidade de receber clientes num ambiente profissional
Já entre as principais desvantagens apontam-se:
- a utilização muito regular da comunicação telefónica pode favorecer a desconcentração dos/as demais
- cuidados acrescidos na garantia do sigilo profissional
O funcionamento de um espaço coworking implica que o/a profissional pague um valor calculado por hora ou por mês para utilizar o espaço de trabalho, eventualmente a qualquer hora do dia e da semana. A utilização poderá ainda disponibilizar espaços/armários de arrumação, sala de reuniões, telefone, internet, espaço social / lounge e apoio de refeições, computadores, impressoras e fotocopiadora, bem como, serviços de atendimento e secretariado, receção de correspondência e domiciliação de empresas, tudo isto no âmbito dos planos das empresas, de acordo com as horas e os serviços utilizados. A renda, a luz, a água, a manutenção do espaço e outros custos são da responsabilidade do/a proprietário/a das instalações.

Sabia que… a Multiaveiro, na sua génese, em 1992, então “Multiaveiro- Mediação e  Serviços” era um espaço coworking?
Num 6 ºandar da Av. Dr. Lourenço Peixinho em Aveiro, a Multiaveiro enquanto dava os primeiros passos como empresa de eventos corporativos, serviços de consultoria e de formação era também detentora de um  espaço, multifuncional, de trabalho partilhado por advogados/as, psicólogos/as, um produtor de multimédia  e uma empresa de publicidade.

A Multiaveiro continua, hoje, a disponibilizar esse serviço a profissionais independentes e a PME nas suas atuais instalações.

sexta-feira, 11 de março de 2016

Enquadramento dos Projetos de Investimento nas Estratégias de Desenvolvimento Nacional e Regional do Portugal 2020



 


As oportunidades de investimento e financiamento disponibilizadas pelo Portugal 2020, em especial às Pequenas e Médias Empresas (PME), ao nível da competitividade e internacionalização, podem contribuir de forma substancial para o crescimento e sustentabilidade financeira e económica do país, bem como à sua posição no mercado europeu e mundial, enquanto economia competitiva e sustentável. No entanto, a aprovação de Projetos de Investimento que se candidatem aos fundos europeus depende de um conjunto de critérios de elegibilidade exigentes, aplicados tanto às empresas promotoras como aos seus projetos. Porém, os/as empresários/as nem sempre têm conhecimento destes critérios de elegibilidade, colocando, assim, em causa a aprovação e execução dos seus projetos de investimento.
Devido às especificidades dos Programas Operacionais, a elaboração e submissão de candidaturas ao Portugal 2020 cabe, principalmente, a consultores externos, cuja experiência e qualificação permitem garantir, com maior grau de certeza, que estes sejam aprovados e, consequentemente, que o apoio financeiro suporte maioritariamente os investimentos financeiros apresentados pelos/as empresários/as. Contudo, é importante salientar que os projetos apresentados devem partir de uma análise às necessidades da própria empresa, bem como, ao seu contexto no mercado regional e nacional, sendo esta análise efetuada, em primeira instância, pelos/as empresários/as detentores/as das empresas, com o apoio de terceiros devidamente qualificados.
Por forma a garantir o financiamento de projetos verdadeiramente essenciais ao desenvolvimento económico do país, foi estabelecido pelo Portugal 2020 que os projetos alvo de financiamento devem estar integrados, não só, na estratégia de desenvolvimento da empresa, como também, nas estratégias de desenvolvimento regional e nacional, o que em termos práticos significa que um projeto pode ser aprovado na Região do Centro, mas outro com as mesmas características, não ser aprovado na Região do Alentejo. Para tal, foram elaboradas Estratégias de Investigação e Inovação para uma Especialização Inteligente (RIS3 – Research and Innovation Strategies for Smart Specialisation), numa vertente regional, bem como a Estratégia Nacional para uma Especialização Inteligente (ENEI), numa vertente nacional, enquanto elementos integrantes da reforma da Política de Coesão da União Europeia para o período de 2014 a 2020. O conhecimento destas estratégias é absolutamente necessário para a elaboração de uma estratégia de crescimento da empresa perfeitamente enquadrada no desenvolvimento territorial da região e do país, passível de obtenção de fundos europeus para o investimento.
Estes documentos estão disponíveis para análise e download nas páginas de internet das Comissões de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR) de cada uma das regiões de Portugal, bem como nas páginas de internet dos Programas Operacionais Regionais. Por exemplo, para os/as empresários/as da Região Centro interessados em desenvolver Projetos de Investimento passíveis de financiamento, a CCDR Centro (http://ris3.ccdrc.pt/) e o Centro 2020 (http://www.centro.portugal2020.pt/index.php/ris-3) disponibilizam o documento RIS3 da Região Centro, apresentando as seguintes áreas de interesse na região:
  1. Soluções industriais sustentáveis;
  2.  Valorização e uso eficiente dos recursos endógenos naturais;
  3. Tecnologias ao serviço da qualidade de vida; e
  4.  Inovação Territorial.


Outro documento que deve ser considerado como um instrumento essencial à análise e elaboração da estratégia das empresas é o Aviso do Concurso ao qual se pretenda efetuar uma candidatura, pois apresenta de uma forma sucinta as informações referentes aos critérios de elegibilidade específicos do concurso, bem como os objetivos gerais e os apoios financeiros a conceder em caso de aprovação. Em simultâneo com o Aviso é disponibilizado o Referencial de Mérito, onde são apresentadas de forma sucinta, as várias linhas e sublinhas de ação dos RIS3 regionais.
O levantamento das necessidades de investimento de uma empresa candidata aos fundos, deverá ter como apoio as estratégias de desenvolvimento regional e nacional, de modo a garantir que a estratégia a adotar para o desenvolvimento da empresa vá de encontro com a realidade regional e nacional. Este enquadramento permitirá desenvolver um projeto mais completo e sustentado, do ponto de vista estratégico, passível de obter financiamento europeu enquanto incentivo ao investimento.
Na elaboração, submissão e acompanhamento financeiro de candidaturas ao Portugal 2020, incluindo o Programa Operacional de Competitividade e Internacionalização (COMPETE 2020), a Multiaveiro – Projectos de Formação e Investimento, Lda., presta um apoio personalizado e completo, essenciais ao sucesso dos projetos desenvolvidos pelos/as seus/suas clientes.
“É mais importante adotar a estratégia correta do que buscar o lucro imediato.”
Philip Kotler - Professor de Marketing Internacional na Kellogg School of ManagementNorthwestern University

sexta-feira, 4 de março de 2016

Igualdade salarial?

O Dia da Igualdade Salarial celebra-se no próximo domingo, 6 de março. Este dia foi instituído pela União Europeia e deve representar, em cada país, o número de dias que as mulheres terão que trabalhar a mais para atingirem o mesmo salário que os homens num determinado ano: em Portugal, uma mulher tem que trabalhar, em média, mais 65 dias para igualar o salário de um homem em funções iguais/de valor igual.
De acordo com o Código de Trabalho Português, “na determinação do valor da retribuição deve ter-se em conta a quantidade, natureza e qualidade do trabalho, observando-se o princípio de que, para trabalho igual ou de valor igual, salário igual” (Artigo 270º - Critérios de determinação da retribuição), contudo, dados estatísticos demonstram que persistem desigualdades complexas e discriminações entre homens e mulheres no mercado de trabalho, designadamente no que respeita a remuneração:
- a desigualdade salarial entre homens e mulheres é, em grande medida, maior quanto mais elevado o nível de educação/qualificação: o diferencial salarial aumenta consoante o nível de escolaridade, sendo menor ao nível do 3º Ciclo do Ensino Básico e superior ao nível da Licenciatura, sendo esta desigualdade particularmente acentuada no nível de qualificação “Quadros superiores”;
- em abril de 2014, o ganho médio das mulheres era de 79,6% do valor médio dos homens.
Poderá demorar 118 anos para que as mulheres recebam os mesmos salários que homens em funções semelhantes, segundo o “The global gender gap report”, que comparou dados relativos a salários e oportunidades de carreira, nível de educação, saúde e sobrevivência e poderes políticos, para compreender a magnitude das disparidades entre homens e mulheres e acompanhar a sua evolução. Portugal encontra-se no 39º lugar da lista de 145 países.
As estatísticas atribuem particular importância e valor ao trabalho remunerado, contudo, o trabalho não remunerado (tarefas domésticas, responsabilidades familiares) ocupa também uma quantidade significativa de tempo, sobretudo das mulheres: ao trabalho remunerado e à rede de amizades é atribuída elevada importância por parte dos homens, sendo que das mulheres se espera, para além do exercício de uma atividade profissional remunerada, o desempenho das tarefas domésticas e das responsabilidades familiares - as mulheres despendem, em média, 21 horas por semana em tarefas semanais, ao passo que os homens investem apenas 8 horas semanais em tarefas semelhantes. O trabalho familiar, sobretudo as tarefas domésticas, tende a ser trivializado porque é frequentemente encarado como trabalho feminino, sendo que a participação dos homens no trabalho doméstico surge como opcional num grande número de casais.

Para reverter esta realidade, é fundamental que seja reconhecida e debatida, de forma a encontrar soluções alternativas que contemplem a efetiva igualdade de género. Desde o início da sua atividade que a Multiaveiro se tem empenhado na promoção da igualdade de oportunidades para todas as pessoas, homens e mulheres, o que se traduz em práticas inclusivas relacionadas, entre outras, com a constituição de grupos de formação e o recrutamento de equipas de consultores/as e formadores/as com base no princípio da igualdade e não discriminação, a abordagem transversal da temática em toda a formação desenvolvida, o Concurso “Construir igualdades, afirmar diferenças”, iniciativa que conta já com 4 edições, a consultoria na área da igualdade de género, designadamente, ao nível da implementação de planos para a igualdade nas autarquias e nas empresas, e a existência de diversas boas práticas neste âmbito, designadamente através da realização de formação interna para a totalidade dos recursos humanos e externa para todas as pessoas interessadas na temática.

Fontes Consultadas:
CITE – Comissão para a igualdade no trabalho e no emprego (www.cite.gov.pt).
GEE/ME, Boletim Estatístico (Janeiro 2015).
Perista, H., Maximiano, S. & Freitas, F. (2000). Família, género e trajetórias de vida: uma questão de (usos do) tempo. In IV Congresso Português de Sociologia.
World Economic Forum (2015), The global gender gap report 2015. Genebra: World Economic Forum.