terça-feira, 28 de junho de 2016

Bullying e Homofobia


O termo bullying é utilizado para descrever o conjunto de comportamentos de humilhação e provocação dirigidos a alguém, sem motivo aparente, que se caracteriza por agressões intencionais, verbais ou físicas, feitas de maneira repetitiva. Discussões ou zangas pontuais, piadas ou provocações dispersas não podem ser consideradas bullying. O bullying envolve sempre uma relação desequilibrada de poder e controlo, exercido pelos/as mais fortes em relação aos/às mais fracos/as. 
Segundo Telma Vinha, psicóloga e investigadora brasileira, para ser considerada bullying a agressão deve apresentar quatro características fundamentais: a intenção do/a autor/a em ferir o alvo, o carácter repetitivo da agressão, a presença de um público espectador e a concordância do alvo relativamente à ofensa. Conforme explica, ''Quando o alvo supera o motivo da agressão, ele reage ou ignora, desmotivando a ação do autor''.
Muito associado ao contexto escolar e a interações entre estudantes, o bullying pode, contudo, ocorrer em qualquer contexto social. Não se tratando de um fenómeno novo, é um tema indubitavelmente atual, com uma expressão recente digna de pesquisa e de reflexão. A título de exemplo, a utilização neste contexto, de novas tecnologias como os telemóveis e a internet, o chamado cyberbullying, permite uma nova abordagem ao fenómeno.
Existem diversos tipos de bullying atendendo à forma como as agressões são praticadas e/ou aos meios utilizados, bem como, aos motivos que estão subjacentes e estas práticas.
O bullying baseado no preconceito em relação à orientação sexual ou identidade de género de outra pessoa é um tipo de bullying específico, designado como bullying homofóbico. O bullying homofóbico caracteriza-se por comportamentos associados ao bullying de forma geral, como as agressões físicas, verbais ou sexuais, mas revestidos de teor homofóbico.
Apesar da investigação sobre bullying  ter sofrido um aumento significativo nos últimos anos, designadamente em Portugal, verifica­‑se que a sua relação com outras áreas, como a homofobia, tem sido menos estudada. É evidente, no entanto, a ligação entre estes dois fenómenos. As experiências relatadas por indivíduos LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais e Transgéneros) ilustram bem esta realidade. É de salientar, contudo, que independentemente da orientação sexual ou identidade de género, qualquer pessoa pode ser vítima de bullying homofóbico. De outra forma, também os/as heterossexuais podem ser vítimas de homofobia, não pela sua orientação sexual, mas porque são percebidos/as como sendo diferentes das expectativas tradicionais relativamente aos géneros masculino ou feminino.
A baixa auto­‑estima, os sentimentos de culpa, a tendência para o isolamento, as dificuldades de concentração, a fobia à escola, a ansiedade, a depressão e as tentativas de suicídio, são apenas alguns exemplos das consequências do bullying homofóbico, aparentemente não muito distintas dos outros tipos de bullying. Alguns/mas autores/as defendem, no entanto, que o bullying homofóbico, nomeadamente por ser menos visível e menos credibilizado, se pode tornar­ mais grave do que outras formas de bullying.
Não obstante as evoluções verificadas a este nível em Portugal, nomeadamente em termos legais, muito há ainda a fazer neste domínio. Um estudo realizado por investigadores/as do ISCTE, em colaboração com a rede ex aequo, (associação de jovens lgbti – lésbicas, gays, bissexuais, transgéneros e intersexuais e apoiantes) e apoiado pela Comissão para a Cidadania e Igualdade de Género (CIG) que analisou o fenómeno do bullying homofóbico em Portugal revela que, à semelhança do panorama internacional, a escola é o local privilegiado para a ocorrência deste fenómeno. Os resultados indicam também que prevalece a violência psicológica e a vitimização de rapazes relativamente às raparigas; que os comportamentos de agressão são muitas vezes desvalorizados; que subsistem atitudes de não intervenção nas situações presenciadas e ainda que existem consequências psicológicas muito significativas para as vítimas de bullying homofóbico, comparativamente com as não­‑vítimas.
Na perspetiva da abordagem, não só preventiva mas de intervenção concreta, é ainda sublinhada, no âmbito deste estudo, a importância de conceber programas de sensibilização, de criar medidas de proteção para as vítimas de bullying e ainda de aprofundar a investigação desta temática.
Com efeito, é urgente que se compreenda que a luta contra o bullying, e, neste caso em particular, contra o bulling homofóbico, não pode passar apenas por alterações legais, por gabinetes e apoio psicológico. É fundamental continuar a formar e a informar as pessoas para o respeito pelo outro/a e para a aceitação e valorização da diferença.
Multiaveiro, Lda., que desde sempre norteia a sua ação por estes valores, e reconhecendo o importante papel que pode desempenhar na construção de uma sociedade mais justa e mais livre, através da formação de pessoas, encontra-se neste momento a preparar um projeto formativo na área da Igualdade de Género. As ações de formação a promover permitem aprofundar conhecimentos e competências associados à promoção da igualdade de género e à prevenção e combate das discriminações em razão do sexo e destinam-se a profissionais em áreas consideradas estratégicas (educação/formação, saúde, direito, forças de segurança, gestão de recursos humanos, serviço social, publicidade, jornalismo, entre outras).
Está previsto, no âmbito deste projeto, o desenvolvimento de um curso dedicado especificamente à temática Orientação sexual e Identidade de género, onde serão abordados, entre outros, os seguintes temas: especificidades da discriminação contra pessoas LGBT, direitos das pessoas LGBT: leis e instituições, crimes de ódio e violência doméstica e rede de recursos LGBT existentes.
Mantenha-se informado/a e envolva-se! Participe neste projeto!!  

Fontes consultadas:
António, Raquel; Pinto, Tiago; Pereira, Catarina; Farcasa, Diana; Moleiro, Carla (2012) Bullying homofóbico no contexto escolar em Portugal, Psicologia vol.26, Lisboa: ISCTE‑IUL. Disponível em: http://www.scielo.mec.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0874-20492012000100002
Dinis, Nilson Fernandes (2011), Homofobia e educação: quando a omissão também é signo de violência, Educar em Revista jan/abr 2011, Curitiba, Brasil: Editora UFPR. Disponível em http://www.scielo.br/pdf/er/n39/n39a04
Vila, Carlos; Diogo, Sandra (2009), Bullying (trabalho de curso), Portimão: ISMAT - Instituto Superior Manuel Teixeira Gomes. Disponível em http://www.psicologia.pt/artigos/textos/TL0142.pdf
http://www.apavparajovens.pt/pt/go/o-que-e2

segunda-feira, 13 de junho de 2016

A Importância das Parcerias nas IPSS


O trabalho em parceria com outras IPSS (Instituições Particulares de Solidariedade Social) tem vindo a ser impulsionado com o intuito de articular o trabalho dos e das profissionais e a maximização do uso dos recursos para assegurar um maior apoio a clientes em situação de vulnerabilidade social e suas famílias, com o menor dispêndio de recursos possível.
O trabalho em parceria permite um conhecimento integrado, completo, abrangente e multidimensional das questões a trabalhar, uma vez que (re)une esforços e competências, maximiza recursos e complementa capacidades de entendimento e resposta. Por vezes, os/as técnicos/as deparam-se com alguns constrangimentos na prossecução dos trabalhos a realizar, nomeadamente na divisão/especialização de tarefas a executar e na difícil articulação institucional.
Os grandes objetivos do trabalho em rede (parcerias) passam pela eliminação da sobreposição de serviços, equipamentos e recursos dirigidos aos/às mesmos/as destinatários/as e o alcance de uma maior especialização, qualidade e eficácia dos serviços prestados.
Para que estes objetivos se realizem é imprescindível às IPSS:
1. Intensificar o diálogo e a cooperação entre instituições;

2. Mobilizar/sensibilizar a sociedade civil envolvente;
3. Organizar grupos de trabalho por áreas temáticas de modo a planear estratégias alicerçadas aos problemas sociais identificados;
4. Desenvolver/implementar ferramentas de trabalho comuns a todos os parceiros;
5. Partilhar junto dos parceiros os objetivos de cada IPSS e as linhas de atuação que pretendem seguir para, conjuntamente, haver um enquadramento pacífico e integrado;
6. Promover, no seio dos parceiros, encontros periódicos para atualização da informação e da realidade social;
7. Elaborar, conjuntamente, um plano de necessidades formativas para implementar ações de formação/sensibilização/informação junto de colaboradores/as, clientes, familiares, cuidadores/as e sociedade em geral.
Esta iniciativa formativa surte maiores e melhores resultados se as IPSS se unirem na constituição de turmas, porque, desta forma, conseguem o número suficiente de formandos/as para qualquer área de interesse, o que dificilmente seria possível a título individual (cozinha, jardinagem, lavandaria, animação, administrativa, gestão recursos humanos…);
8. Aumentar e responsabilizar o envolvimento dos parceiros na realização de atividades comuns;
9. Esclarecer, entre os parceiros, o limite/teor da confidencialidade e sigilo profissionais na prossecução das suas intervenções/atividades;
10. Realizar, frequentemente, reuniões de trabalho para melhor planear/acompanhar/atuar/prever/intervir/avaliar as intervenções realizadas;
11. Comemorar/festejar datas temáticas em conjunto, com o intuito de reforçar e fortalecer as parcerias, maximizando e dinamizando recursos;
12. Elevar e reforçar a expressão/influência junto do poder político e do setor público no sentido de os sensibilizar das suas necessidades, bem como no alcance dos seus objetivos;
13. Apostar na existência de um marketing social trabalhado em rede, traduzindo-se numa mais-valia para todos os parceiros, no sentido de darem a conhecer os seus serviços, bem como o seu trabalho e a possibilidade de captarem apoios, monetários ou não, junto de empresas, privados ou outras organizações;
14. Criação de um banco de voluntariado em rede.

O caminho para o alcance da sustentabilidade nas IPSS passa pela existência/reforço de parcerias com outras IPSS, com outros agentes sociais, privados ou públicos. A implementação de parcerias no setor social traduz a possibilidade de fazer mais e melhor, com menos recursos. O projeto de uma entidade pode ser o projeto de muitas ou de todas. As IPSS têm de ter capacidade de atrair novos parceiros, de se abrir e de conquistar visibilidade na implementação de novos desafios/objetivos em prol da sustentabilidade.
Ao longo dos seus 24 anos de atividade a Multiaveiro desenvolveu um importante trabalho na formação dirigida a IPSS, diagnosticando as suas necessidades e desenvolvendo intervenções formativas à medida, intra e inter, para este segmento de clientes.

Neste momento, conjuntamente com as equipas de trabalho das IPSS clientes e potenciais clientes, a Multiaveiro encontra-se a preparar um plano formativo à medida das necessidades evidenciadas pelas instituições, estando prevista a abertura de candidaturas ao Portugal 2020 (Qualificação dos Ativos) para o presente mês de junho.

segunda-feira, 6 de junho de 2016

Coaching Pessoal

O Coaching é uma metodologia de desenvolvimento e capacitação humana, um processo que utiliza conhecimentos de diversas ciências, com vista à produção de mudanças positivas e efetivas.
O objetivo central é tirar o individuo do seu estado atual e conduzi-lo para o estado desejado. É uma dinâmica que possibilita a tomada de consciência das características individuais (autoconhecimento), no sentido de as potenciar com vista à superação de limitações, ao aumento da autoconfiança e ao alcance das metas desejadas.
É um exercício/treino, que se inicia nos pensamentos (na mente), passando de seguida ao alinhamento com as ações e, consequentemente, ao compromisso com resultados objetivos e concretos.
Apresentam-se de seguida alguns dos principais benefícios que o Coaching proporciona, em diversas áreas da vida:
   C Desenvolvimento pessoal e profissional,
   C Evolução e melhoria contínua,
   C Conquista do autoconhecimento e autodesenvolvimento,
   C Alinhamento de valores e missão de vida,
   C Equilíbrio e inteligência emocional,
   C Melhoria da autoestima e autoconfiança,
   C Aperfeiçoamento e aparecimento de novas competências,
   C Melhoria na qualidade de vida e equilíbrio interior,
   C Maior controlo das emoções.
O Coaching visa, então, dotar as pessoas de ferramentas, de conhecimentos e de condições para que elas se autodesenvolvam.
Trata-se, em suma, de uma abordagem que conduz as pessoas a efetuarem mudanças positivas, com base em pressupostos bem definidos, com vista a alcançar os resultados pretendidos. É o processo que potencializa o poder pessoal!
A Multiaveiro tem apostado fortemente nas áreas de formação de desenvolvimento pessoal, entre elas a Inteligência Emocional, a Comunicação Interpessoal e o próprio Coaching, áreas críticas de sucesso para a melhoria do desempenho profissional e para a própria gestão pessoal, disponibilizando diferentes ações no decurso do ano.
No passado dia 19 de maio, a Multiaveiro proporcionou às suas colaboradoras e a colaboradoras de alguns stakeholders uma ação de formação sobre Coaching.


Fontes:
https://www.sbcoaching.com.br/torne-se-coach/o-que-e-coaching