A Metodologia de Planeamento de Projetos por Objetivos (MPPO)
é uma ferramenta de suporte a intervenções formativas e de consultoria, com uma
razoável disseminação em Portugal, sobretudo através de projetos de
Formação-Acção, cujo desenvolvimento foi incrementado na década de 90,
prolongando-se até hoje. Esta metodologia tem origem nos EUA nas décadas de
60/70 quando a United States Agency for
Internacional Development (USAID) começa a utilizar ferramentas de
monitorização e controlo nos projetos de cooperação e desenvolvimento social -
a Logical Framework Approach -
baseadas numa matriz que consistia na hierarquização de objetivos,
estabelecimento de medidas para os alcançar e análise de pressupostos
necessários para o sucesso dos projetos em causa. Foi sofrendo alterações e
readaptações até adquirir a estrutura que hoje conhecemos.
Em Portugal, a MPPO tem sido muito utilizada em PME’s –
Pequenas e Médias Empresas –, ainda que seja aplicável a múltiplas realidades,
sempre que num projeto, para ultrapassar determinadas dificuldades e/ou para
alcançar certos objetivos, se pretende valorizar a visão e o conhecimento
dos/as empresários/as e dos/as trabalhadores e trabalhadoras duma entidade. Esta
metodologia pressupõe, deste modo, o total envolvimento do/a líder da PME,
enquanto elemento que acumula saberes e experiências práticas essenciais e que
tem a visão estratégica do negócio, e dos restantes elementos da empresa, na
medida em que são estes que melhor conhecem a rotina e dificuldades
operacionais diárias, sendo a eles, inúmeras vezes, a quem se destinam as
medidas. Aqueles/as que supostamente seriam os alvos da intervenção transformam-se
assim nos seus principais intervenientes.
É nesta interacção entre saberes práticos - da empresa - e
saberes técnicos – do/a consultor/a - que se desenvolve a metodologia de
análise, assumindo o/a consultor/a, nesta fase, mas também ao longo da
intervenção, um papel de facilitador/a, de mediador/a, mais do que de instrutor/a.
Estamos assim perante uma perspetiva formativa da consultoria ao invés duma
perspetiva instrutiva.
O ciclo de cada
intervenção começa pelo diagnóstico, seguido do planeamento, o qual, por sua
vez, dá origem à implementação. No final da intervenção é feita a avaliação que
estabelece a comparação entre os resultados previstos e os resultados
alcançados.
As ferramentas básicas
da MPPO, seus principais outputs são:
- o levantamento de problemas – caracterização da situação
atual;
- a árvore de objetivos – situação desejada face à
situação atual;
- o quadro de medidas – relação entre as medidas e os
problemas/objetivos terminais e
- a matriz de planeamento do projeto – ferramenta de
planeamento do projeto que inclui informação relevante para o projeto tal como:
medidas/atividades, custos das atividades, fontes/meios de verificação,
resultados, indicadores, objetivos e finalidades.
Na utilização da MPPO há um conjunto
de princípios, que constituem a sua matriz teórica, que devem ser seguidos e
apropriados por quem pretende retirar o máximo desta metodologia, a saber:
i) princípio da
participação ativa - também designado por empowerment - é
transversal a toda a intervenção e é uma forma de garantir a diversidade de conhecimentos,
opiniões e perspetivas dos/as vários/as interlocutores/as envolvidos/as num projeto;
ii) a situação grupal torna os indivíduos mais criativos – em diversos momentos da intervenção é proposta a situação de grupo tendo em vista a busca de perspetivas criativas e inovadoras;
ii) a situação grupal torna os indivíduos mais criativos – em diversos momentos da intervenção é proposta a situação de grupo tendo em vista a busca de perspetivas criativas e inovadoras;
iii) orientação
para objetivos - o estabelecimento de objetivos funciona como fator de motivação
e coesão para as pessoas envolvidas no projeto, desempenhando um papel de
marcador e orientador de metas projetadas no tempo;
iv) diagnóstico
antes do planeamento - a qualidade dos resultados alcançados tem que ter por
base uma análise da situação de partida, um diagnóstico, que proporcione uma
reflexão que favoreça o enriquecimento dos meios/soluções para minorar os
problemas e alcançar melhorias;
v) as
técnicas de visualização possibilitam a visão partilhada do projeto - a
utilização de mecanismos que possibilitem a visualização esquematizada do projeto,
tais como cartões ou post’its colados
nas paredes – facilita a partilha dos pontos de vista, dos conhecimentos e dos
valores dos elementos envolvidos na intervenção, podendo funcionar como
catalisador de ideias, análises e raciocínios sobre o projeto a desenvolver;
vi) o
planeamento e a implementação não podem estar separados - o planeamento das
atividades de um projeto serve para antecipar necessidades ao nível de recursos
(financeiros, materiais, humanos, temporais), bem como, antever possíveis
constrangimentos. A implementação será sempre um momento de revisão do diagnóstico
e do planeamento;
vii)
o contexto de intervenção é um sistema complexo – parte-se do pressuposto nesta
metodologia que o contexto da intervenção, qualquer que ele seja, é um sistema
complexo, no qual se podem encontrar diversas variáveis que contribuem para os
acontecimentos que afetam o quotidiano do contexto de intervenção.
A MPPO é uma metodologia normal e
preferencialmente implementada por uma equipa externa à organização, opção que
apresenta inúmeras vantagens para a entidade cliente, permitindo uma perceção
mais crítica da realidade em relação às pessoas envolvidas nas rotinas, as
quais já acostumadas, não percebem ou têm mais dificuldade em perceber, a
existência de fatores indesejáveis e dificultadores dos processos. Outras
vantagens a serem consideradas na contratação dos serviços de consultoria são a
imparcialidade na análise dos problemas diagnosticados, a neutralidade, a experiência
com os trabalhos realizados em outras organizações, atenção concentrada nas
tarefas estratégicas, considerando que o/a consultor/a procura problemas,
negocia soluções e alavanca as mudanças necessárias.
A Multiaveiro possui uma vasta experiência na utilização da metodologia de intervenção MPPO - Metodologia de Planeamento de Projetos tendo o início da sua intervenção neste domínio coincidido com a introdução/disseminação da metodologia em Portugal, através da participação em programas como a Formação PME e o Pronaci – Programa Nacional de Formação de Chefias Intermédias para a Indústria. Tem uma equipa de consultores/as e formadores/as certificados, com formação específica, competências multidisciplinares e com experiência de trabalho comprovada nas PME.
Os resultados obtidos ao longo dos anos nos vários projetos implementados pela equipa da Multiaveiro comprovam a eficácia desta metodologia no apoio às empresas, designadamente PME’s, seus/suas dirigentes e colaboradores/as, tendo gerado impactos muito positivos em diferentes áreas operacionais e/ou estratégicas das empresas.
Fontes consultadas:
Soares, Camila Jahn (2013), Gestão de Projetos de Formação e Consultoria - Potencialidades da
Metodologia de Planeamento de Projetos por Objetivos na Contextualização de
Projetos de Formação. Porto: Universidade Católica Portuguesa.
Pena, Rui (2005), MPPO – Manual do Formando. Porto: Ed.
Bee Consulting. Disponível
em http://www.arvoredeproblemas.ruipena.pt/
http://www.formacaopme.pt/
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